Dicas para Professores que trabalham com Autistas
Miguel Higuera
Cancino especialista em autismo há 30 anos, publicou seu livro “Mi hijo no
habla” relatando as experiências com seu filho autista. Miguel é fonoaudiólogo
com largo conhecimento sobre o espectro autista. Ele nos deixa 13 valiosas
dicas aos professores que atuam com crianças autistas:
1 – Pedir às
famílias um relatório dos interesses, preferências e coisas que causam
desagrado a cada criança.
2 – Utilizar
preferências e materiais de agrado para a criança na aula o no pátio para
estabelecer um vínculo com a escola e as pessoas do ambiente escolar.
3 – Trabalhar por
períodos curtos, de cinco a dez minutos, em atividades de complexidade
crescente, incorporando gradativamente mais materiais, pessoas ou objetivos
.
.
4 – Falar pouco,
somente as palavras mais importantes (geralmente um autista não processa muita
linguagem cada vez).
5 – Utilizar gestos
simples e imagens para apoiar o que é falado e permitir a compreensão (os
autistas são mais visuais que verbais).
6 – Desenvolver
rotinas que a criança possa predizer ou antecipar (pela repetição e com o apoio
de imagens que mostram o que vai ser feito no dia).
7 – Estimular a
participação em tarefas de arrumar a sala, ajudar a entregar materiais às outras
crianças, etc.
8 – Entregar
objetos no canal visual. O adulto deve ter o objeto na mão diante dos olhos
para que a criança possa pegar o objeto tendo o rosto do adulto dentro do seu
campo de visão.
9 – Respeitar a
necessidade de estar um momento sozinho, de caminhar ou dar saltos ou
simplesmente perambular para se acalmar (pode ser utilizado como prêmio após
uma atividade).
10 – Tentar
conhecer as capacidades de cada criança para utilizá-las como entrada para as
atividades de ensino (pintar, recortar, etc.).
11 – Evitem falar
muito, muito alto e toda situação que envolva muito estímulo (pode ser até
nocivo para a criança).
12 – Pergunte
sempre como foi a tarde ou o dia anterior, a qualidade do sono ou se houver
alguma alteração da rotina para se antecipar a estados emocionais de ansiedade.
Em caso de ansiedade, procure utilizar elementos de interesse e preferência da
criança, com menor exigência para não ter birras ou maior ansiedade.
13 – Em casos de
birra, é importante ter algum conhecimento de técnicas de modificação de
conduta (time out, desvio de atenção, etc.), mas a primeira dica é não se
apavorar, tentar oferecer outros objetos e, no caso de não conseguir acalmar a
criança, explicar à turma o que está acontecendo e desenvolver atividade com o
grupo em outro lugar e dar a possibilidade da criança com TEA de se acalmar.
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